Talvez
eu até estrague tudo mesmo. E talvez, também, você tenha tentado de todas as
maneiras... Quem sabe é pra ser assim: eu não ter jeito de virar gente. E você
sempre insistindo em algo sem conserto: defeito de fabricação. Você sempre
espera a pessoa calma, tranquila, eternamente simpática, que fale pouco e
baixo, a compreensiva, a pessoa que não pode ter rompantes de raiva ou fúria.
Desculpe não ser quem você sonhou. Tantos
defeitos e falhas irreparáveis... É difícil pensar dessa maneira, mas talvez
não seja pra ser. Ou já tenha sido. Talvez tudo de bom, ou de possibilidades
futuras, tenham ficado no passado, quando você desistiu de nós. Quando tudo
parecia infinitamente perdido e incerto. Olhe pra hoje: agora sim, tudo parece
perdido e incerto... e ainda estamos aqui. Não somos os mesmos, não temos os
mesmos defeitos, não amamos direito. Porque eu acho, de verdade, que deve haver
um jeito certo de amar. Os sentimentos devem ser preservados. Nós não os
preservamos. Nós não nos preservamos. E tudo porque ainda temos medo de sermos
preenchidos por esse vazio que vez em quando nos assola... não era pra gente
ter medo do vazio, ou da chuva forte, ou das tempestades devastadoras... era
pra gente ter medo era de não amar mais. De não se amar mais... a vida toda
perdendo o sentido e nós aqui, de mãos atadas... pela nossa ignorância, falta
de vontade, e talvez, até, por amar de menos.
4 comentários:
sempre me emociona, tu! <3
Foi escrito pra mim?!
Bjs
Tici,
grata, sua linda.
Venha sempre por aqui...
Beijo!
Milena, foi. Pode acreditar...
Beijo, minha linda!!!
:)
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