terça-feira, 27 de junho de 2006

10 meses sem meu bebê.


Pedaço de Mim

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior
tormento
É pior do que o
esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um
barco
Que aos poucos descreve um
arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de
mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um
parto
A saudade é arrumar o
quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior
castigo
E eu não quero levar
comigo
A mortalha do amor
Adeus

Chico Buarque

Enzo Gabriel, meu filho.

II Encontro Mestres do Mundo


Hoje começa o II Encontro Mestres do Mundo em Limoeiro do Norte. Explicar como me sinto sendo que hoje faz exatos 10 meses que estou sem meu bebê? Sinto muito não conseguir exteriorizar tudo. Talvez eu precisasse, mas não dá. O processo contra o Governo do Estado está correndo. Mas na justiça... sabem como é. Eu até poderia dizer que o rpocesso tá andando. Nenhuma novidade. O jeito é esperar. Enquanto isso, é torcer pra que tenha empresas bastante competentes e responsáveis nesse evento.

Apesar de tudo, desejo muito boa sorte aos Mestres do Mundo, que nada têm com as catástrofes da vida.

Adeus, meu príncipe!!!

Os seres humanos são estranhos...

A gente passa a vida inteira tentando entender tudo. Tentamos entender porquê nascemos, porquê sofremos, porquê amamos, porquê destruimos as coisas ao nosso redor... Passamos grande parte da vida buscando respostas, enfrentando obstáculos e tentando nos relacionarmos com outros seres humanos. Nunca conseguimos as respostas as quais buscamos. Somos vítimas da nossa curiosidade, do nosso não-entendimento, das nossas próprias escolhas. Não queremos regras, mas não desobedecemos as que nos são impostas. Aceitamos tudo calados, infelizes e calados. E eu confesso que tenho medo disso. Dessa vida. Dessas escolhas que fazemos. De tudo isso. Alguns acontecimentos nós realmente escolhemos, mas a maioria não depende de nossa vontade. Tampouco do nosso desejo. Muitas vezes é sentar e esperar pra ver o que acontece... Quando acontece.

Mas a minha frustração hoje é outra, é maior, é não saber até quando alguém pode ser saudável ou não para nossas vidas. Descobri, não porque quis, que as pessoas podem ser bastante cruéis. Más mesmo. Um dia, uma tia minha, historiadora, disse que a intolerância é a grande causadora das guerras, reponsável por todos os malefícios que a humanidade sofreu. Mas trazendo pra minha realidade... A verdade é que ontem sofri uma das maiores decepções da minha vida, de uma pessoa que eu não esperava nada nem parecido! Alguém simplesmente não está num bom dia e resolve que tem que explodir com alguém. No caso, eu. Não vou entrar em detalhes, mas também não sei se me recuperarei. Estou quase indo embora dessa "Terra de Gigantes" (*Fortaleza) e o que vai restar dentro de mim a não ser um grande sentimento de tristeza, daquilo que poderia ter sido e não foi... Eu não queria achar que determinadas pessoas não são dignas da minha amizade. Eu não precisava ouvir gritos na véspera de um dia infinitamente triste como o de hoje. Eu não precisava mesmo...

 
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